quinta-feira, 15 de outubro de 2009

o que colho na trincheira dos dias
é mais que sangue imerso em
suor repleto de tantas vozes
grades mortes o fruto nas mãos cantam
os ventos as ausências o tambor
por tocar o intocável as mãos cerram-se
na terrasfalto e as previsões
tangenciam nossas vidas
como nadas o fruto nas mãos
entre a sala e o lixo
o que esperam ainda a fala
a vergar a fala a rosa no meio do asfalto brilha
brilha nos olhos da criança
o tempo esquece o que é ser
tempo o fruto nas mãos
já não são mais que palavras
as palavras o fruto já não sabe a hora
de ser e então tudo se cala
os pés miudos ganham o asfalto
entre os braços a rosa o fruto nas mãos
há motivo para colheita?
854 milhões de pessoas passam fome
de forma crônica em todo mundo
a cada sete segundos morre uma criança de fome
o tempo não quer ser
tempo o fruto nas mãos
no meio de tudo conduz a criança a rosa
o fruto nas mãos?

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